Bancos Centrais Adicionaram 52 Toneladas de Ouro às suas Reservas em Fevereiro de 2023

Segundo o World Gold Council (WGC), os bancos centrais adicionaram 52 toneladas de ouro às suas reservas em fevereiro de 2023. Foi o 11º mês consecutivo de compras líquidas de ouro pelos bancos centrais. De janeiro a fevereiro de 2023, as compras líquidas de ouro feitas pelos bancos centrais chegaram a 125 toneladas. Este é o início de ano mais forte desde 2010.

 

A China foi o maior comprador em fevereiro. O People’s Bank of China – PBoC  (o banco central da China) adicionou 24.9 toneladas de ouro às suas reservas. Foi o 4º mês consecutivo de compras de ouro pelo PBoC. Nesse período, as reservas oficiais de ouro da China tiveram um aumento de 102 toneladas.

 

O PBoC acumulou 1448 toneladas de ouro entre 2002 e 2019 e, de repente, parou de relatar compras. Muitos especulam que o PBoC continuou a adicionar ouro às reservas durante o tempo em que não relatou compras.

 

Houve grandes aumentos não declarados das reservas de ouro no 3º trimestre de 2022. Os bancos centrais que muitas vezes falham em relatar compras incluem a China e a Rússia. Muitos analistas acreditam que a China é o comprador misterioso que acumula ouro para minimizar a exposição ao dólar americano.

 

Muitos analistas acreditam que a China detém muito mais ouro do que revela oficialmente. Como Jim Rickards mencionou em 2015, especula-se que a China mantém vários milhares de toneladas de ouro em uma entidade separada chamada State Administration for Foreign Exchange (SAFE).

 

A Turquia continuou a acumular ouro, adicionando 22.5 toneladas às suas reservas em fevereiro. O Banco Central da Turquia foi o maior comprador de ouro em 2022 e aumentou suas reservas de ouro por 15 meses consecutivos. O país luta contra uma inflação galopante. A inflação de preços acelerou para 85% no ano passado e estava em 64% em dezembro. A lira turca desvalorizou quase 30% em 2022. Enquanto isso, o preço do ouro em termos de lira aumentou 40% anualmente, segundo a Bloomberg.

 

Após uma pausa em janeiro, a Índia voltou a comprar ouro em fevereiro, adicionando 2.8 toneladas às suas reservas. A Índia é o 9º país com maiores reservas de ouro do mundo. A Índia tem aumentado constantemente suas reservas desde 2017. Desde então, o RBI comprou mais de 200 toneladas de ouro. Em agosto de 2020, houve relatos de que o RBI considerava aumentar ainda mais significativamente suas reservas de ouro. A Índia agora detém 790 toneladas de ouro.

 

Após um aumento maciço de 44.6 toneladas em suas reservas de ouro em janeiro, Cingapura continuou a comprar em fevereiro, adicionando 6.8 toneladas.

 

O Banco Central do Uzbequistão adicionou 8 toneladas de ouro às suas reservas, após três meses consecutivos de vendas.

 

O México comprou 0.3 tonelada de ouro em fevereiro.

 

O Banco Nacional do Cazaquistão foi o único vendedor (13.1 toneladas) notável em fevereiro. Não é incomum que os bancos que compram da produção doméstica – como o Uzbequistão e o Cazaquistão – alternem entre comprar e vender.

 

O Banco Central da Rússia divulgou suas reservas de ouro pela primeira vez em mais de um ano, relatando reservas de ouro de 2330 toneladas no final de fevereiro de 2023. Isso foi um aumento de 31 toneladas desde seu último relatório. O momento dessas compras de ouro permanece incerto.

 

A compra total de ouro pelos bancos centrais em 2022 atingiu 1136 toneladas. Foi o nível mais alto de compras líquidas registrado desde 1950, inclusive desde a suspensão da conversibilidade do dólar em ouro em 1971. Foi o 13º ano consecutivo de compras líquidas de ouro pelos bancos centrais. Nesse tempo, compraram mais de 6800 toneladas de ouro.

 

Segundo o WGC, existem dois principais impulsionadores por trás das compras de ouro pelos bancos centrais – seu desempenho em tempos de crise e seu papel como reserva de valor de longo prazo:

 

“Não surpreende, portanto, que em um ano marcado por incertezas geopolíticas e [aumento de preços], os bancos centrais tenham optado por continuar a adicionar ouro às suas reservas [a um ritmo acelerado]”.

 

 

André Marques

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