Demanda de Ouro Teve um Aumento de 12% no 1º Semestre de 2022

A demanda por ouro (excluindo o mercado over-the-counter – OTC, um mercado no qual os participantes negociam ações, commodities, moedas ou outros instrumentos diretamente sem uma bolsa ou corretor central, veja mais detalhes aqui e aqui) no 1º semestre de 2022 atingiu 2189 toneladas, um aumento de 12% em relação ao primeiro semestre do ano passado, de acordo com o World Gold Council (WGC).

 

O aumento da demanda no 1º semestre de 2022 ocorreu apesar de um segundo trimestre mais fraco, em que a demanda de ouro totalizou 948 toneladas, 8% menor em relação ao 2º trimestre de 2021.

 

O preço do ouro LBMA (London Bullion Market Association – a autoridade global de metais preciosos) atingiu a média de US$ 1871 por onça no 2º trimestre de 2022, 3% acima da média do 2º trimestre de 2021. No entanto, esta comparação esconde a queda de 6% do preço no trimestre mais recente, pressionado pelo aumento das taxas de juros nos EUA e pela valorização do dólar americano.

 

À medida que o preço do ouro caiu no 2º trimestre, os ETF’s de ouro perderam 39 toneladas, perdendo alguns dos fortes ganhos ocorridos no 1º trimestre. Os fluxos de entrada líquida do 1º semestre totalizaram 234 toneladas em comparação às 127 toneladas de fluxo de saída no 1º semestre de 2021.

 

A demanda vinda de investimento em barras e moedas (245 toneladas) permaneceu inalterada em relação ao 2º trimestre de 2021, uma vez que uma queda acentuada na China foi compensada pelo crescimento na Índia, Médio Oriente e Turquia. O total do 1º semestre de 2022 teve uma queda de 12% em relação ao mestre semestre do ano anterior, atingindo 526 toneladas.

 

A demanda vinda de joias atingiu 453 toneladas no 2º trimestre (4% maior em relação ao 2º trimestre de 2021). A demanda total de joias no 1º semestre de 2022 foi de 928 toneladas, 2% abaixo do 1º semestre de 2021.

 

Os bancos centrais continuaram a comprar ouro. As reservas oficiais globais de ouro tiveram um aumento de 180 toneladas no 2º trimestre de 2022, levando as compras líquidas do 1º semestre de 2022 para 270 toneladas.

 

A demanda vinda do setor de tecnologia foi de 78 toneladas no 2º trimestre (2% a manos do que no 2º trimestre de 2021, devido à demanda mais fraca por eletrónicos de consumo). A demanda no 1º semestre de 2022 foi de 159 toneladas.

 

O crescimento da produção das mineradoras de ouro no 2º trimestre de 2022 elevou a produção do  1º semestre para 1764 toneladas – um recorde de um 1º semestre para série de dados do WGC. A produção das mineradoras se beneficiou da ausência de lockdowns relacionados ao COVID e foi impulsionada pela recuperação contínua na China após paralisações em 2021.

 

A atividade de reciclagem permaneceu elevada em comparação a 2021. A reciclagem total de ouro no 1º semestre de 2022 foi de 592 toneladas, 8% maior em relação ao 1º semestre de 2021. Médias de preços mais elevadas e maiores dificuldades económicas em muitas regiões, apoiaram os volumes de reciclagem.

 

A estrita política de COVID zero na China teve um impacto significativo no investimento total em barras e moedas e na demanda por joias. Os lockdows impostos em várias cidades e regiões importantes durante grande parte do 2º trimestre de 2022 significaram que o acesso aos pontos de venda foi cortado para grandes faixas de consumidores.

 

Figura 1 – Demanda Global de Ouro (Semestral) por Setor, em Toneladas

Joias (Verde Claro); Tecnologia (Verde Escuro); Total da Demanda por Barras e Moedas de Ouro (Roxo Claro); ETF’s e Produtos Similares (Roxo Escuro); Bancos Centrais e Outras Instituições (Rosa); H1 (1º Semestre); H2 (2º Semestre).

Fonte: WGC.

 

 

André Marques

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