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Daniel Lacalle | Desemprego na Europa: Grandes Governos, Menos Empregos

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A taxa de desemprego da zona euro caiu para 7%em dezembro e 6.4% na União Europeia [Nota do editor: veja os detalhes aqui], em comparação com os Estados Unidos (em 3.9%). Não podemos esquecer queestas taxas de desemprego não incluem os postos de trabalho em licençaabrangidos pelos regimes de retenção de desemprego, que representam mais 5milhões de trabalhadores à espera de regressar à atividade normal.


Após um plano de estímulo fiscal de mais de 5%do PIB em 2020 (e outros 4% em 2021) e o Banco Central Europeu a comprar 100%das emissões líquidas da maioria dos governos da zona euro, a recuperaçãoeconómica mostra uma fraqueza preocupante. Os empregos em licença estão aaumentar novamente, as horas de trabalho ainda estão abaixo do nívelpré-pandemia e os salários reais estão a diminuir à medida que a inflação depreços [aumenta].


Em dezembro de 2021, a taxa de desemprego dosjovens foi de 14.9% tanto na UE quanto na zona euro.

Estes níveis de desemprego são elevados, masalguns membros da UE têm taxas de desemprego ainda mais elevados. A Espanha temuma taxa de desemprego oficial de 13%, com ainda 220 mil empregos de licença, ea taxa de desemprego dos jovens é de 30%.


O que estes números mostram é que os altosgastos do governo e os enormes esquemas de retenção de empregos não ajudaram arecuperar a economia europeia mais rapidamente ou melhorar a criação deempregos em comparação a zonas económicas semelhantes.


A recuperação económica tem sido lenta e acriação de empregos ainda mais lenta. Além disto, uma grande proporção darecuperação de empregos foi do setor público. Na Espanha, por exemplo, ainda há95 mil empregos a menos no setor privado do que antes da pandemia e 220 mil amais no setor público.


A União Europeia enfrenta desafios únicosdevido à demografia, níveis elevados de gastos governamentais e uma posição deenergia fraca, onde empresas e famílias pagam contas de energia e gás naturalmuito mais altas do que as dos EUA.


Perante todos estes desafios, a União Europeialançou um massivo Plano de Recuperação (Next Generation EU) que visaimpulsionar o crescimento e a competitividade. O problema é que é difícil vercomo estes enormes planos de gastos vão produzir a transformação e ocrescimento esperados.


O maior problema que a União Europeia enfrentaé tecnológico. A UE nem sequer se apresentou como um concorrente sério nacorrida tecnológica. Menos de 4% do valor de mercado do Stoxx 600 vem detecnologia, comparado a 25% no S&P 500. É difícil acreditar que a mudançaradical no ritmo de crescimento e emprego virá de um grande plano de estímulodirigido por governos e focado na mudança climática e sustentabilidade de umaperspetiva política e não empresarial.


A União Europeia a pôr toda a sua aposta parao futuro no conceito frouxo do “Estado empreendedor” defendido pela economistaitaliana Mariana Mazzuccato. Governos e partidos socialistas adoram esta ideia,que os faz acreditar que empresas gigantes de tecnologia como Apple ou Amazondevem tudo aos gastos do governo e do setor público. O problema é que talfantasia foi completamente desmascarada pela realidade – a UE está atrasada noalcance da tecnologia global. Em “The Myth of the Entrepreneurial State”,Alberto Mingardi e Deirdre McCloskey desmentem o conto de fadas de que o setorpúblico está na vanguarda da inovação e do progresso tecnológico.


Infelizmente, é provável que o plano do NextGeneration EU tenha um impacto tão pequeno como o Plano Juncker ou o Plano deCrescimento e Emprego de 2009. O principal problema é que o plano visa gastaruma enorme quantidade de dinheiro rapidamente em áreas que são favorecidaspelos políticos, enquanto a economia europeia sofre com o aumento dos custos deinsumos, energia e matérias-primas. A economia europeia está a perdercompetitividade com o aumento dos preços ao produtor e margens mais fracas. Eparte disso vem da proibição do gás de xisto e da imposição de uma políticaenergética não competitiva e politicamente direcionada. Todas estas coisaspodem mudar rapidamente com políticas sérias destinadas a apoiar pequenasempresas e famílias com impostos mais baixos, mas a relutância dos formuladoresde políticas é enorme.


Em 2009, alguns países decidiram usar o Planode Crescimento e Emprego para financiar a redução de impostos e a redução daburocracia. Agora, infelizmente, o Next Generation EU está focado em gastar soba orientação de uma visão política.


Esta pode ser uma oportunidade extraordináriapara reduzir os preços da energia e impulsionar as pequenas e médias empresas ase tornarem os novos gigantes da tecnologia. Infelizmente, existem riscoselevados que podem levar este novo programa a outro gasto maciço em elefantesbrancos keynesianos sem retorno económico real. O potencial da União Europeia éenorme, mas o “dirigismo” impede muitos países de se aproximarem do seupotencial.



Artigo originalmente publicado no site doDaniel Lacalle.


Tradução e edição de André Marques.


Autor: Daniel Lacalle é um economista e gestorde fundos espanhol, autor dos bestsellers Freedom or Equality (2020), Escape from the Central Bank Trap (2017), e Life in the Financial Markets (2014). É professor de economia na IE Business School em Madrid.


Nota: As opiniões expressas neste artigo nãonecessariamente vão totalmente de acordo com as da Elementum Portugal e dotradutor/editor deste artigo.

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