O teste de alimentos para certas bactérias tóxicas geralmente pode levar mais de 48 horas, pois demora muito para crescer ou cultivar os micróbios em uma substância grande o suficiente para ser detetada. Esse intervalo é um problema grave durante o processamento de alimentos, onde as instalações desejam mover os alimentos rapidamente para a cadeia de suprimentos, mas ainda assim garantir que estejam livres de bactérias perigosas antes de serem enviados.
A intoxicação alimentar afeta 600 milhões de pessoas em todo o mundo anualmente (cerca de 1 em cada 10 pessoas) e mata cerca de 420 mil anualmente, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Porém, segundo o relatório de notícias do Silver Institute de outubro de 2022, um grupo de cientistas japoneses da Osaka Metropolitan University desenvolveu um método simples e rápido para detetar bactérias perigosas com base em como diferentes cores de luz refletem nano-partículas de prata, ouro e cobre, que são encapsuladas em compostos poliméricos conhecidos como estruturas nano-híbridas (NH).
Seu método baseia-se na ligação dessas nano partículas de metal com anticorpos presentes nas bactérias e na deteção das cores que são refletidas. Cada metal emite uma cor diferente quando bombardeado com um espectro completo de luz. Por exemplo, nano-partículas de prata envoltas em estruturas de NH parecem vermelhas quando na presença de bactérias que causam intoxicação alimentar, como E. Coli e Staphylococcus. O ouro parece branco; o cobre, azul.
Como a amostra não precisa de cultura, as bactérias podem ser detetadas em uma hora.
O professor Hiroshi Shiigi (da Graduate School of Engineering, Osaka Metropolitan University), que chefia a equipa de pesquisa, disse: “Nosso objetivo é estabelecer novos princípios de deteção e métodos de teste por meio do desenvolvimento de nano-biomateriais exclusivos. Por meio desse desenvolvimento, esperamos contribuir não apenas para a segurança e proteção alimentar, mas também para a formação de uma sociedade segura e rica em termos de fornecimento estável e controlo de qualidade de alimentos funcionais, assistência médica, descoberta de medicamentos e saúde pública”.
André Marques