Em julho, os bancos centrais, globalmente, adicionaram 30.1 toneladas de ouro em suas reservas, liderados pelo Brasil, com 8.5 toneladas. Durante todo o segundo trimestre, os bancos centrais adicionaram 199.2 toneladas.
O World Gold Council (WGC) afirmou: “Mantemos nossa expectativa de que as compras de ouro por parte dos bancos centrais serão positivas durante o resto do ano, e parece cada vez mais provável que serão a um nível significativamente maior que em 2020.”
Por sua vez, a Rússia adicionou 3.1 toneladas de ouro às suas reservas. A Rússia parou de comprar ouro na primavera de 2020. Até aquele ponto, o Banco Central da Rússia comprou ouro todos os meses desde 2015. Em fevereiro de 2018, a Rússia ultrapassou a China e tornou-se o quinto maior detentor de ouro do mundo. Naquele momento, a Rússia havia atingido 1857 toneladas de reservas em ouro em suas reservas (representando 17% de suas reservas), enquanto as da China eram de 1843 toneladas (representando apenas 2.5% de suas reservas).
É importante notar que há analistas que acreditam que a China possui mais ouro do que afirma. Como mencionado por James Rickards, acredita-se que a China mantém milhares de toneladas de ouro não oficialmente contabilizadas numa entidade separada chamada State Administration for Foreign Exchange (SAFE).
Apesar de interromper as compras na primavera passada, pela primeira vez na história, a Rússia detém mais ouro em suas reservas do que dólares americanos, graças ao maior preço do metal.
Qatar e Polónia foram os únicos que registaram declínios significativos em suas reservas de ouro em julho (2.2 toneladas e 1.9 tonelada, respetivamente).
De acordo com a pesquisa de reservas de ouro dos bancos centrais feita pelo WGC, 21% dos bancos centrais do globo pretendem adicionar ouro às suas reservas no próximo ano. Em 2020, esta percentagem foi de 20%. A pesquisa também destacou a deterioração da confiança no dólar americano (USD) e a continuação da tendência da desdolarização (uma diminuição de reservas em dólar americano) por parte de alguns bancos centrais.
“Os entrevistados continuam a prever mudanças estruturais de longo prazo no sistema monetário internacional, continuando a tendência indicada na pesquisa do ano passado. A visão em relação ao dólar americano apresentou tendência de queda, com metade dos entrevistados afirmando que o dólar cairá abaixo de sua proporção atual. Os bancos centrais continuam a pensar que a proporção do renminbi chinês vai aumentar, com 88% dizendo que vai crescer além dos níveis atuais.”