Segundo o Banco de Portugal, em 2022, o endividamento do setor não financeiro (administrações públicas, empresas e particulares) em Portugal sofreu um aumento de € 19.1 mil milhões, atingindo € 793.8 mil milhões. Deste total, € 441.3 mil milhões respeitam ao setor privado (empresas privadas e particulares); € 352.5 mil milhões, ao setor público (administrações públicas e empresas públicas).
O endividamento do setor privado teve um aumento de € 10.3 mil milhões em relação a 2021. O endividamento das empresas privadas sofreu um aumento de € 5.5 mil milhões, traduzindo um aumento do endividamento perante o exterior (€ 2.9 mil milhões), o setor financeiro (€ 1.8 mil milhões) e as empresas (€ 1 mil milhões). O endividamento dos particulares teve m incremento de € 4.8 mil milhões, essencialmente junto do setor financeiro (€ 4 mil milhões).
O endividamento do setor público sofreu um aumento de € 8.8 mil milhões, principalmente junto das administrações públicas (€ 5.2 mil milhões) e dos particulares (€ 3 mil milhões).
Figura 1 – Endividamento do Setor não Financeiro por Setor Devedor, em Milhões de Euros
Fonte: Banco de Portugal.
O aumento do PIB registado em 2022 (superior ao acréscimo do endividamento) originou uma evolução dos indicadores do endividamento do setor não financeiro em percentagem do PIB contrária à observada para os valores nominais.
O endividamento do setor não financeiro diminuiu de 361.2% do PIB em 2021 para 333.9% do PIB em 2022. Este decréscimo deveu-se à redução do endividamento do setor público (de 160.3% do PIB para 148.3% do PIB) e do setor privado (de 200.9% do PIB para 185.6% do PIB).
Figura 2 – Endividamento do Setor não Financeiro, em Percentagem do PIB
Fonte: Banco de Portugal.
Entre o final de 2021 e o final de 2022, o endividamento total das empresas privadas sofreu um aumento de 1.7%, o que correspondeu a uma diminuição de 1.7% em relação ao ano anterior.
Figura 3 – Taxa de Variação Anual do Endividamento das Empresas Privadas
Fonte: Banco de Portugal.
Uma análise por setor de atividade económica mostra que a tendência de redução do crescimento relativamente ao verificado em 2021 foi transversal a todos os setores (com exceção do setor do comércio, alojamento e restauração, que registou um aumento de 0.9% em 2022).
Figura 4 – Taxa de Variação Anual do Endividamento das Empresas Privadas, por Setor de Atividade Económica
Fonte: Banco de Portugal.
O endividamento dos particulares teve um aumento de 3.6% entre o final de 2021 e o final de 2022, crescimento superior ao verificado no ano anterior (3.3%).
Figura 5 – Taxa de Variação Anual do Endividamento dos Particulares
Fonte: Banco de Portugal.
André Marques