O Banco de Portugal publicou os dados de maio de 2022 sobre as emissões e amortizações de títulos em Portugal. Quando as emissões de títulos são maiores do que as amortizações, significa que o endividamento presente no país (no setor público e no privado) aumenta.
Em maio, as amortizações de títulos foram superiores às emissões em € 300 milhões: as amortizações de títulos de dívida superaram as emissões em € 700 milhões, enquanto a emissão de novas ações superou as amortizações em € 400 milhões.
Figura 1 – Títulos Emitidos, por Instrumento | Emissões Deduzidas de Amortizações, em Milhões de Euros
Fonte: Banco de Portugal.
O setor financeiro foi o que mais contribuiu para este resultado, com as amortizações a excederem as emissões em € 1.1 mil milhões. Já as administrações públicas e as empresas não financeiras emitiram títulos num montante superior ao amortizado em € 700 e € 100 milhões, respetivamente.
Figura 2 – Títulos Emitidos, por Setor Institucional | Emissões Deduzidas de Amortizações, em Milhões de Euros
Fonte: Banco de Portugal.
No final de maio, o valor total de títulos emitidos por entidades residentes foi de € 485.8 mil milhões (figura 3). O valor das ações emitidas por empresas não financeiras e pelo setor financeiro aumentou € 2.2 mil milhões (figura 4), enquanto o dos títulos de dívida pública diminuiu € 1.7 mil milhões (figura 4).
Figura 3 – Títulos Emitidos, por Tipo de Instrumento | Valor em Fim de Mês, em Milhões de Euros
Fonte: Banco de Portugal.
Figura 4 – Títulos Emitidos, por Setor Institucional | Valor em Fim de Mês, em Milhões de Euros
Fonte: Banco de Portugal.
O Banco de Portugal também afirmou que, do total de € 299.2 mil milhões em títulos de dívida vivos no final de maio, estavam previstas, para os 12 meses seguintes, amortizações de € 42.7 mil milhões, correspondente a 14.3% do total.
Destacavam-se as administrações públicas (com amortizações de € 8.8 mil milhões calendarizadas para outubro de 2022), as empresas não financeiras (com € 4.1 mil milhões de amortizações previstas para junho de 2022) e o setor financeiro (com amortizações de € 3.5 mil milhões em julho de 2022). As amortizações previstas no caso das empresas não financeiras correspondem, sobretudo, a papel comercial (um instrumento de financiamento de curto prazo muito utilizado pelas empresas portuguesas e que é habitualmente objeto de renovação, isto é, de amortização acompanhada de nova emissão, igualmente de curto prazo). É, por isso, previsível que se registe sistematicamente um valor elevado de amortizações calendarizadas para os 30 dias após o fim do mês.
Figura 5 – Amortizações Calendarizadas de Títulos de Dívida, Em Milhões de Euros
Fonte: Banco de Portugal.
André Marques